O
capítulo 18 de Lucas tem uma lição muito
importante pra mim e pra você. Ele nos fala sobre várias pessoas, em várias
ocasiões, e de como suas atitudes as colocaram em situação favorável ou não, pelas suas conversas com Deus
18:3 Certa viúva - nem mesmo seu nome foi mencionado aqui porque,
provavelmente, ela era pobre e necessitava que a justiça fosse feita por um juiz,
que era maldoso, corrupto e mau caráter, uma mulher que, apesar de não obter
uma resposta rápida, não deixou de clamar. Um exemplo de persistência.
18:10 O publicano
- coletor de impostos, funcionário do governo romano, mal visto aos olhos
do povo, principalmente judeus e, na sua maioria, eram corruptos, que era
desprezado pelo fariseu cheio de si, mas
que se reconheceu necessitado da graça.
18:15
Os meninos - Uma criança nada tem a oferecer, a não ser sua inocência,
desprendimento e amabilidade. Sempre dependente,
e em quase nada pode ajudar, agem sem pensar e são desprovidas de qualquer
maldade. São “alvos-fáceis”, em situações de dificuldades. São desprezíveis aos
olhos de outros adultos, como foram aos olhos dos discípulos, que não
enxergavam além do que elas poderiam
oferecer, mas que, independente das dificuldades, só queriam estar perto de
Jesus.
18:18 O
Príncipe - que, apesar de desejar estar com Jesus, não foi capaz de se
desenlaçar das riquezas, que o levaram embora triste, pois as amava tanto, que
não conseguiu enxergar toda a verdadeira
riqueza, sabedoria e amor que só Jesus poderia lhe proporcionar, através de um relacionamento
sem interesses.
18:38 O cego
de Jericó -Um homem abandonado à própria sorte, que vivia mendigando, pobre
e muito “pequeno” aos olhos de todos mas não aos olhos do Messias-Filho de
Davi. Um homem que, apesar de ser cego, reconheceu que Jesus era o seu
Salvador, e clamou por Ele.
Vemos,
neste texto apenas, pois a continuação nos mostra mais “pequenos” se achegando
à presença de Jesus e sendo vistos, notados e amados, que são estes que agitam
e comovem o coração de Deus. Num mundo onde queremos ser “grandes”, os
melhores, desejamos sucesso, ser aceitos, a competitividade é tão grande que,
muitas vezes, deixamos de ser quem realmente somos, e acreditar do que
realmente acreditamos, para alcançar o nosso espaço. O ser “pequeno”, no
sentido de ser simples, perde rapidamente o seu valor. Todos querem ser notados e
notáveis.
Em
todo este texto, percebemos que para se estar na presença de Jesus, a
principal e única coisa que precisamos,
é de um coração quebrantado, simples, sem orgulho, sem falsa modéstia, sem os rituais que não fazem qualquer sentido. No
caso do publicano e do fariseu nos versículos
10 a 14, vemos a diferença entre um e
outro: o fariseu, cumpridor da lei, fazia até mesmo mais do que a lei exigia: jejuava duas vezes por semana enquanto a Lei
exigia que se jejuasse uma vez por ano, no Dia da Expiação ("YOM
KIPPUR"). Lv 16:31, dizimava, era injusto, não era ladrão e blá,
blá, blá... se colocou acima de todos os
outros homens, porém se esqueceu que o orgulho, que estava em seu coração, era
o que o mantinha afastado de Deus. O publicano não ousou colocar os pés no local
sagrado, ficou de longe, nem sequer levantava o olhar, mas batia do peito,
reconhecendo seu estado de “necessitado da graça”, e clamava: Oh! Deus tem misericórdia de mim, pecador! Lucas
18:13. Imagino que ele falava baixinho, sussurrando, talvez. Sabendo que
estava diante da Majestade do Deus criador, Senhor de todas as coisas. Mas
também esperava que este Deus Soberano voltasse Seu coração ao clamor de um tão
pequeno e desprezível pecador. O que Deus viu não foi a sua condição de
pecador, de imerecedor da graça, de réu. Mas viu a sua condição de humildade,
coração quebrantado e contrito.
Os sacrifícios que
agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito,
ó Deus, não desprezarás. Salmos 51:17
Quando
Deus olha pra nós, Ele quer enxergar, através da aceitação do sacrifício de Jesus, uma pessoa restaurada,
limpa, justificada, mas consciente de sua necessidade da Graça.
Orar
não é simplesmente ajoelhar-se e, com palavras feitas e um belo discurso, falar,
e falar e falar. Orar é um coração sincero que se coloca diante de Deus e
conversa com Ele como se falasse face a face, sem desculpas, sem medo, sem
arrogância, sem meio-termos. É ouvir o que Ele tem a dizer, como fazem os bons
amigos que tem um relacionamento saudável e sincero.
Como
tem sido nossa conversa com Deus? Uma conversa mascarada, fingida, buscando
aceitação, escondendo segredos? Fico imaginando Deus ouvindo nossa conversa, em como Ele se sente, já que nós sabemos que nada se esconde d’Ele. Deve ser hilário, pra não dizer trágico.
Por
que não deixarmos a hipocrisia de lado e termos uma conversa franca, honesta e agradável com Deus? Ahh
Ele quer!
Por Célia Soncella
Continue lendo >>